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Ajuste fiscal Federal pode reduzir PIB do Brasil no futuro, diz Nobel de economia

ASSESSORIA DE IMPRENSA     04/11/2015

O ajuste fiscal no Brasil pode levar a um desempenho econômico mais fraco no futuro, afirma o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz. Para ele, a prioridade do governo deve ser reduzir a inflação —e, como consequência, os juros, que prejudicam os investimentos.

Autor do ensaio "Do 1%, pelo 1%, para o 1%", que inspirou o movimento Occupy Wall Street, o economista ajudou a trazer a desigualdade para o centro do debate mundial. E defende que cortar os programas sociais no Brasil como parte do ajuste seria um erro.

Contrário a políticas de austeridade adotadas em todo o mundo, Stiglitz defende iniciativas como o Banco dos Brics para estimular investimentos e a economia global. Ele afirma ainda que os Estados Unidos devem apoiar essas instituições e aceitar, finalmente, que não serão mais o poder econômico dominante no cenário mundial.

Stiglitz participa nesta quarta (4) do ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento, em São Paulo.

Folha - O senhor é um crítico feroz da austeridade na zona do euro e, especialmente, na Grécia. Mas quando o Syriza [o partido de esquerda] tentou mudar as regras do jogo, o tiro parece ter saído pela culatra. O que poderia ter sido feito?

Joseph Stiglitz - O [primeiro-ministro grego] Alexis Tsipras fez uma avaliação política de que era melhor permanecer em depressão econômica e se submeter às políticas de austeridade do que sair da zona do euro, ainda a maioria da população desaprovasse as medidas.

Como economista, eu acho eles deveriam ter saído do euro —e há vários colegas que concordam comigo. Era possível fazê-lo, não sem um grau de agitação, e isso teria tirado o país da recessão atual.

Se a Grécia tivesse rejeitado a austeridade e se concentrado em políticas voltadas ao crescimento econômico, o país estaria melhor agora?

Com certeza, mas eles não tiveram essa escolha. A Grécia, por si só, não podia fazer nada, e a Europa não ajudou o país a ter qualquer tipo de política para o crescimento. O resultado é a depressão econômica em que estão, basicamente, desde 2010.

Fonte: Folha de S.Paulo

Leia a entrevista completa através do link: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/11/1701375-ajuste-fiscal-pode-reduzir-pib-do-brasil-no-futuro-diz-nobel-de-economia.shtml

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